quinta-feira, 22 de março de 2012

Eleições 2012: leia carta do Ministério Fé e Política

Em outubro deste ano, acontecem em todo o Brasil eleições municipais. Durante o pleito, serão escolhidos os cidadãos que ocuparão os cargos de vereadores e prefeitos.

No ano de 2009, o Conselho Nacional da RCCBRASIL, através do Ministério Fé e Política, publicou uma instrução normativa a ser seguida pelos conselhos diocesanos, estaduais e nacional que regulamenta a ação do Ministério e da RCC durante as eleições.

Uma das decisões, sobre o processo de acompanhamento das eleições, decide que as metodologias a serem adotadas devem ser discernidas até o ano anterior ao pleito. Caso contrário, o processo de acompanhamento não pode acontecer.

Leia abaixo o texto completo da carta, redigida pelo coordenador nacional do Ministério Fé e Política, Sérgio Zavaris sobre o assunto:

Carta Aberta aos membros do Movimento

Amados irmãos em Cristo:

Com vistas ao constante aprimoramento das ações que norteiam os trabalhos desenvolvidos pelo Ministério de Fé & Política, em razão da complexidade dos problemas enfrentados em nosso país continental e face ao zelo para com as diretrizes estabelecidas por este Conselho, cumpre reafirmarmos a necessidade de rigorosa observância da Instrução Normativa nº 01/2009 para o pleito eleitoral em 2012.

Em especial, no que se refere aos prazos instituídos para o acompanhamento do processo eleitoral, salienta-se o que estabelece o artigo 4º: “Até o final do ano que antecede o ano de eleições, cada Conselho, através de discernimento, manifestará sua decisão para o período eleitoral seguinte. Tal decisão deverá ser registrada em ata assinada pelos conselheiros que estiverem presentes ao discernimento.”

Neste sentido, o conselho que não cumpriu tal determinação ainda em 2011 não poderá encaminhar processo de acompanhamento do pleito eleitoral, sob pena de comprometer os princípios fundamentais norteadores da ação do movimento: unidade, identidade e missão, conforme o I Fórum da RCC e traduzidos no artigo 6º da Instrução Normativa acima referida:

“Em conformidade com a vocação da RCC e todas as orientações estabelecidas no seio do Movimento, recomenda-se que as decisões tomadas em Conselho não sejam objetos tão somente de vontade humana, mas sim o resultado de oração, jejum, adoração, escuta e discernimento.
§ 1º Acima de tudo, recomenda-se prudência e responsabilidade para iniciar uma atuação no campo do apoio político.”

Lorena/SP, 25 de janeiro de 2012.

Reunião do Conselho Nacional

SÉRGIO CARLOS ZAVARIS
Coordenador Nacional do Ministério Fé e Política da RCCBRASIL

sábado, 3 de março de 2012

Viver a Quaresma com o espírito novo

Estamos chegando no segundo domingo da Quaresma, entre tantas coisas que aprendemos neste tempo se destaca o amor ao irmão. No tempo quaresmal a tradição cristã nos propõe algumas práticas penitenciais, que devem ser realizadas com um espírito novo, principalmente com humildade. A Quaresma é tempo de nos dedicarmos mais à oração, momentos de estarmos unidos à Palavra de Deus.

Vimos na liturgia de domingo passado que a Palavra de Deus é um caminho para conhecermos melhor Jesus, além da leitura da Palavra de Deus, a Igreja nos ensina alguns outros caminhos de aproximação com o Senhor, os quais devem ser vividos com bastante empenho, principalmente na Quaresma. Dentre estes se destacam a prática penitencial – confissão, a Via-Sacra, que é um excelente exercício piedoso de encontro com os mistérios da Paixão de Jesus, a reza do terço, a oração em grupos, e é tempo de nos aprofundarmos nas sugestões da Campanha da Fraternidade. Estas são algumas dicas que a Igreja nos dá para nos prepararmos devidamente para a Páscoa do Senhor.

A Quaresma deste ano nos convida a mergulharmos, sobretudo, a partir da Campanha da Fraternidade, na temática da Fraternidade e Saúde Pública, e lema "Que a saúde se difunda sobre a terra!" (cf. Eclo, 38,8). Sendo assim, é um dever do Estado e um direito do cidadão ter acesso à Saúde Pública, pois esta é um direito fundamental, porém, para isso todos os cidadãos devem se empenhar a fim de que os homens tenham a oportunidade de gozar de tal direito.

O Evangelho nos indica três práticas: a oração, a esmola e o jejum como instrumentos de santificação do homem. A oração nos aproxima pela meditação dos mistérios da vida de Jesus; a esmola abre-nos ao outro, à caridade cristã, e o jejum, que infelizmente não está muito em voga ultimamente, tem a finalidade de mortificar nossos instintos e abrir o nosso coração ao outro.

Uma boa sugestão é oferecermos o que poupamos na Quaresma ao Fundo de Solidariedade da Campanha da Fraternidade, os recursos arrecadados por eles serão destinados aos projetos relativos à Campanha da Fraternidade. Destaco a importância dos pais educarem seus filhos para a renúncia a fim de que estes se abram à solidariedade e à partilha.

Meus irmãos, na primeira leitura vimos o Senhor que salva Noé das águas do dilúvio, na segunda leitura vimos as águas como instrumento para o batismo, e no Evangelho encontramos Jesus sendo levado pelo Espírito ao deserto, sendo tentado, mas superando pelo poder da oração e, posteriormente, começando o tempo definitivo da salvação, ordenando a conversão. Portanto, Jesus afirma que o tempo definitivo se completará em Sua segunda vinda, mas agora é o tempo favorável, por isso a ordem de Cristo é: convertei-vos e crede no Evangelho, buscando a vontade de Deus. O Reino de Deus acontece quando os homens fazem a vontade de Deus.

Enfim, a Quaresma é tempo de conversão, de amor a Deus e a próximo, tempo de procurar a vontade de Deus a todo instante. Que a Campanha da Fraternidade possa despertar, a partir de uma reflexão a respeito da Saúde Pública, a produção dos frutos que a Igreja deseja em todo o Brasil.

Desta forma, desejo que a vida seja melhor para todos, desejo que nossos enfermos possam gozar de uma melhor qualidade de atendimento, desejo, por fim, que os políticos e os agentes de pastorais se dediquem a uma séria reflexão, e principalmente com relação à prática de políticas públicas que atendam devidamente os cidadãos.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida (SP)