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"A Igreja está unida [...] e implora de Deus o novo Papa como | dom da sua bondade e providência" |
A partir das 20h (Roma) da quinta-feira passada, 28, a Igreja Católica iniciou seu período de vacância, devido à renúncia do Sumo Pontífice, Bento XVI, anunciada no último dia 11. A Sede vacante é o termo oficial da Igreja utilizado pra denominar o período em que a função de Papa fica vaga.
A Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis trata
das normas e orientações para este período de vacância, assim como da
eleição de um novo Papa. A carta foi escrita pelo Papa Beato João Paulo
II, em 2 de fevereiro de 1996.
De acordo com o documento, a Sede
vacante deve durar exatos quinze dias, podendo ser estendidos para
vinte, em caso de extrema necessidade. Esse prazo é oferecido para que
os cardeais resididos em diversas partes do mundo possam se deslocar à
Roma, a fim de participarem da reunião que elege o sucessor do último
Papa – o Conclave.
No entanto, a Santa Sé publicou nesta segunda-feira, 25, a carta apostólica em forma de Motu Proprio (de iniciativa própria) do Papa Bento XVI com algumas modificações relativas à eleição do Papa. Entre as alterações, está a possibilidade, facultada aos cardeais, de antecipar o Conclave.
Segundo o mesmo Motu Proprio, a
decisão pelo Colégio Cardinalício, deve considerar que todos os
cardeais tenham chegado à Roma para o início da eleição papal. O mesmo
documento dá ainda a possibilidade de se prolongar o início da eleição
por alguns dias, se houver motivos graves.
O governo da Igreja
A Constituição explica que, durante o
período de vacância, a Sé Apostólica fica sob o governo do Colégio dos
Cardeais somente para o despacho dos assuntos ordinários ou inadiáveis.
Ao mesmo tempo, os cardeais não têm poder ou jurisdição alguma no que se
refere às questões da competência do Sumo Pontífice.
O mesmo documento também destitui dos
cargos de presidência todos os cardeais que estejam como responsáveis
por Pontifícios Conselhos, assim como o Cardeal Secretário de Estado,
Cardeais Prefeitos e membros de tais conselhos.
De acordo com a Universi Dominici Grecis, cinco cardeais continuam desempenhando seus trabalhos
durante a Sé vacante: o chamado Camerlengo da Igreja Romana, o
Penitenciário-Mor, o Cardeal Vigário Geral para a diocese de Roma, o
Cardeal Arcipreste da Basílica do Vaticano e o Vigário Geral para a
Cidade do Vaticano. Estes continuam a despachar os assuntos ordinários,
submetendo ao Colégio dos Cardeais o que deveria ser submetido ao Papa.
As demais funções continuam no que é da sua jurisdição.
Os fiéis católicos e o período de vacância
A Constituição Universi Dominici Grecis
considera que a vacância e o Conclave não são fatos isolados do Povo de
Deus e reservado apenas ao Colégio dos eleitores. Segundo a mesma,
trata-se, em certo sentido, de uma ação de toda a Igreja. Por isso, os
fiéis estão convocados a se unirem em orações pelos acontecimentos que
permeiam a Fé Católica durante esse período.
O parágrafo 84 da Constituição, cita:
“Durante a Sé vacante, e sobretudo no período em que se realiza a
eleição do Sucessor de Pedro, a Igreja está unida, de modo muito
particular, com os Pastores sagrados e especialmente com os Cardeais
eleitores do Sumo Pontífice, e implora de Deus o novo Papa como dom da
sua bondade e providência.”
Sendo assim, João Paulo II escreve:
“Estabeleço, portanto, que, em todas as cidades e demais lugares, ao
menos naqueles de maior importância, após ter sido recebida a notícia da
vacância da Sé Apostólica, [...] se elevem humildes e instantes preces
ao Senhor (cf. Mt 21,22; Mc11,24), para que ilumine o espírito dos
eleitores e os torne de tal maneira concordes na sua missão, que se
obtenha uma rápida, unânime e frutuosa eleição, como o exigem a salvação
das almas e o bem de todo o Povo de Deus”.
A menção do Papa durante a Missa
As orações eucarísticas rezadas durante
as Missas mencionam o nome do Santo Padre, assim como, o do Bispo
diocesano. Na Sé vacante, a orientação da Igreja é que o nome do
Pontífice seja omitido, rezando apenas pelo Bispo diocesano. Veja como
exemplo a Oração Eucarística II do Missal Romano:
“Lembrai-vos, ó Pai, da vossa Igreja que
se faz presente pelo mundo inteiro: que ela cresça na caridade,
[omite-se: ‘com o Papa...’ e segue-se] com o nosso Bispo (N.), e todos
os ministros do vosso povo.”
“A menção do Papa na liturgia não tem
significado somente de súplica por ele, mas também de comunhão, de união
da Igreja com o Santo Padre. Assim só se pode celebrar a Santa Missa
porque há comunhão com o Bispo de Roma”, explicou padre Paulo Ricardo em
seu site pessoal.
O período de vacância segue até que, da
“varanda das Bençãos” – no centro da Basílica de São Pedro, no Vaticano –
se ouça o anúncio: Habemus Papam (temos um Papa). Os
cardeais já começam a trocar ideias sobre o início da votação.
Veja mais informações sobre a Sé Vacante no vídeo com padre Paulo Ricardo, sacerdote da Arquidiocese de Cuiabá
Fonte: CançãoNova.com.br
Fonte: CançãoNova.com.br
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